Humilhada em Público.

Meu nome é Marcia e sou recatada. fui educada assim e assim faço questão de continuar sendo. não uso roupas curtas ou decotadas, não gosto e nunca gostei! não vou à praia para não ter que expor meu corpo a tantos olhares, a tantos julgamentos.
Sou solteira e não tenho filhos. tenho 31 anos e até hoje só tive 2 namorados, e justo esse 2º é que me deu problemas!
Nunca pensei que isso pudesse vir a acontecer comigo. não só criticava, como também condenava mulheres que agiam dessa forma. não sei explicar porque isso aconteceu, mas me envolvi com 1 homem casado!
Pedro era casado, não fazia disso segredo, assim como também que traía sua mulher. numa noite chuvosa de abril, fui mais uma na vida dele! após aquela noite vieram outras tardes, outras manhãs e outras noites. quando dei por mim já era tarde demais, já estava completamente apaixonada!
Minha vida agora se resumia a tudo que era Pedro. eu vivia para Pedro! eu me vestia para Pedro! eu cozinhava para Pedro! eu esperava por Pedro! tudo que não fosse Pedro não tinha a menor importância, inclusive eu!
Numa manhã chegando para o trabalho como sempre fazia há mais de 7 anos, parei na lanchonete do seu Antônio para pegar meu leite com pão, quando de repente senti um puxão forte em meu cabelo que me jogou no chão. caída, fui pisada, chutada, xingada! outros tiraram a mulher gorda de cima de mim, mas ela não estava satisfeita. apontando para mim gritava até para quem não quisesse ouvir, que eu era "a piranha que estava dando para o marido dela!" eu corria e ela conseguia me alcançar, agarrava meu rosto e mostrava para todos gritando que eu era "a piranha que queria destruir a família dela!" mais uma vez conseguí escapar, mas ela continuava atrás de mim gritando para "tomarem cuidado comigo que eu gostava de dar para homem casado!"
Nunca senti tanta vergonha na vida! nunca fui tão humilhada! na frente de tanta gente, de amigos, no meu trabalho! sem nenhum pingo de coragem, nunca mais botei os pés lá na empresa! nunca mais sequer voltei ao Centro!
Arrasada, deixei São Paulo e vim morar com meus avós no interior de Minas Gerais. quase não saio às ruas, ainda aqui, morro de medo de que alguém me reconheça!
Deus me livre de passar por tudo aquilo de novo!
Acho que me mataria!

Enviado por: Márcia.
Imagem: nomundodatati.blogspot.